Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 1 em cada 36 crianças foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em 2020. Embora esses números não sejam específicos do Brasil, destacam a importância de abordar o tema.
O TEA é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico, causando comprometimentos no comportamento social, linguagem e comunicação. Cada caso é singular, com diferentes graus e manifestações. Neste artigo, exploraremos o que é o TEA, como é diagnosticado e quais são as formas de tratamento e apoio.
Pessoas com TEA apresentam repetição de certas ações específicas, como o enfileiramento de brinquedos ou fascínio por objetos. Essas características costumam ser mais evidentes nos primeiros cinco anos de vida, acompanhando os pacientes na adolescência e fase adulta. Isso pode resultar em um desenvolvimento mais lento em comparação com outras crianças da mesma idade.
No período da infância, é importante estar atento a sinais do TEA, como evitar contato visual, não responder quando chamadas, dificuldades de adaptação a mudanças na rotina, agitação excessiva em ambientes públicos ou barulhentos. É fundamental consultar um especialista para um diagnóstico preciso, uma vez que cada pessoa pode apresentar o transtorno de maneiras diferentes.
O TEA é classificado em três níveis de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):
1. Autismo leve (nível 1): Dificuldades na comunicação social e na flexibilidade de comportamento, mas capaz de se adaptar a algumas situações com pouco ou nenhum apoio. Comportamentos repetitivos e interesses intensos não atrapalham significativamente a rotina.
2. Autismo moderado (nível 2): Dificuldades mais significativas na comunicação social e na flexibilidade de comportamento, exigindo apoio moderado para se adaptar a situações. Interesses restritos e comportamentos repetitivos limitam a participação em atividades variadas e dificultam a interação com os outros.
3. Autismo grave (nível 3): Dificuldades extremas na comunicação social e na flexibilidade de comportamento, necessitando de apoio substancial para se adaptar a situações. Comportamentos repetitivos e interesses restritos são altamente limitantes.
É essencial entender que o TEA não se resume a uma única realidade, como muitas vezes é retratado na ficção. Cada caso é único e, portanto, requer abordagens e suporte personalizados para promover o desenvolvimento e qualidade de vida dos indivíduos com TEA.
Existem diferentes níveis de autismo, cada um com suas características específicas. O autismo de nível 3, também conhecido como autismo severo, é caracterizado por limitações mais acentuadas. Pessoas com autismo severo têm pouca ou nenhuma comunicação verbal, dificuldade em entender emoções e intenções dos outros, resistência a mudanças na rotina e necessitam de apoio constante para se adaptar às situações.
Além disso, indivíduos com autismo severo podem apresentar interesses extremamente restritos ou intensos, além de comportamentos repetitivos que os impedem de participar de outras atividades. É importante destacar que os níveis de autismo não são fixos e podem mudar ao longo da vida, influenciados por fatores como acesso a tratamentos adequados, ambiente familiar e social, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, entre outros.
O diagnóstico do autismo é feito por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, como pediatras, psicólogos, psiquiatras e neurologistas. É realizado através da avaliação de vários aspectos do paciente, entrevistas com os responsáveis e aplicação de questionários específicos.
O diagnóstico precoce do autismo é fundamental, pois permite que a criança inicie o tratamento e intervenções o mais cedo possível, favorecendo o desenvolvimento e a qualidade de vida. No entanto, é importante ressaltar que muitas pessoas têm um diagnóstico tardio do transtorno do espectro autista, principalmente no caso do nível 1, onde os sintomas podem se manifestar de forma mais leve.
O tratamento do autismo é individualizado e contínuo, levando em consideração as características, potenciais e dificuldades de cada pessoa. Não existe um padrão único de tratamento, mas são utilizadas diversas abordagens com o objetivo de promover o desenvolvimento integral e a inclusão social dos indivíduos com autismo.
Uma das principais formas de tratamento é a terapia comportamental, que ensina habilidades sociais, emocionais e de comunicação, além de reduzir comportamentos indesejados ou repetitivos. Essa terapia pode ser aplicada tanto individualmente como em grupo.
Ter um diagnóstico tardio de autismo não significa que não haja possibilidades de melhora. Com o acompanhamento adequado, as pessoas com transtorno do espectro autista podem desenvolver suas habilidades, expressar seus sentimentos, se relacionar com os outros e ter uma vida equilibrada.
Apoio de profissionais especializados e da família é essencial para ajudar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na socialização, nas tarefas diárias e no aprendizado.
A terapia ocupacional é uma abordagem que estimula o desenvolvimento motor, sensorial e cognitivo, promovendo a autonomia e a participação nas atividades diárias por meio de brinquedos, jogos e materiais adaptados.
Já a terapia fonoaudiológica trabalha para melhorar as habilidades de linguagem, fala e audição, além de favorecer a compreensão e a expressão de sentimentos e necessidades. O uso de recursos visuais, gestuais, sonoros e tecnológicos é comum nesse tipo de tratamento.
A terapia medicamentosa, por sua vez, é utilizada apenas para aliviar sintomas associados ao TEA, como ansiedade, irritabilidade, hiperatividade, insônia e depressão. O acompanhamento médico deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por pediatras, psicólogos, psiquiatras e neurologistas.
O cordão de girassol é um acessório usado por pessoas com TEA e outras condições invisíveis que afetam a comunicação e a interação social. Ele sinaliza que a pessoa pode ter dificuldades nessas áreas e precisa de paciência e respeito. O acessório pode ajudar a pessoa a se sentir mais confortável em ambientes públicos.
O cordão de girassol para pessoas com TEA é personalizado, contendo peças de quebra-cabeça, outro símbolo da luta pela visibilidade desse transtorno. Utilizar o acessório é uma forma de pedir gentileza e compreensão sem precisar falar. É importante incentivar o seu uso e conscientizar sobre a importância de respeitar quem está com o cordão de girassol.
Gentileza gera gentileza e todos devem ser tratados bem, independente das suas condições.
Jornalista especialista em gestão social e saúde com mestrado na UFPR.