A infância é um período de descobertas e aprendizados, mas também pode apresentar desafios. Por isso, em alguns momentos, a orientação de um psicólogo infantil pode ser necessária para garantir o bem-estar emocional e o desenvolvimento saudável da criança, o que é perfeitamente normal e não indica falha dos pais.
A Psicologia infantil, também conhecida como Psicologia pediátrica, adota técnicas específicas para cada faixa etária, respeitando a individualidade da criança, com o objetivo de criar um espaço seguro para que ela possa expressar livremente seus pensamentos e sentimentos.
Estudos recentes demonstram que crianças que recebem suporte psicológico na infância têm maior probabilidade de desenvolver habilidades emocionais e sociais robustas, que as ajudam a lidar com desafios futuros com confiança. Assim, a consulta com um psicólogo infantil pode ser tão importante quanto com outros especialistas, como pediatras.
Os psicólogos infantis não podem prescrever medicamentos, já que essa é uma responsabilidade médica. No entanto, em casos que envolvam medicação, eles trabalham em parceria com pediatras e psiquiatras para garantir um tratamento abrangente e eficaz, considerando todos os aspectos da saúde da criança.
Existem diversas situações em que um psicólogo infantil pode ser de grande ajuda, como nos desafios de comunicação com os pais, na tristeza persistente e falta de motivação, nas dificuldades de relacionamento com colegas, no baixo desempenho escolar e após mudanças significativas na rotina da criança.
Crianças podem apresentar sinais de tristeza e desmotivação que podem ser confundidos com apenas serem introvertidas. Observar seus comportamentos e humor, além de conversar e propor mudanças na rotina, pode ajudar a identificar problemas mais sérios. Se a tristeza persistir, buscar ajuda profissional é essencial.
O isolamento e dificuldades na interação com colegas também podem indicar problemas subjacentes, como transtornos ou bullying. Conversar com professores e colegas, além de observar atentamente o comportamento da criança, é fundamental para entender e agir diante dessas situações.
O baixo desempenho escolar, especialmente em momentos de avaliações estressantes, como finais de períodos, pode ser um sinal de que a criança está passando por dificuldades emocionais. Além de buscar orientação pedagógica, considerar a ajuda de um psicólogo infantil pode ser necessário para lidar com a situação de forma adequada.
Mudanças significativas na rotina da criança, como morte na família ou mudanças de endereço, também podem afetar seu bem-estar emocional. Observar como a criança lida com essas situações e considerar ajuda profissional se as emoções persistirem intensamente são medidas importantes a serem tomadas.
Quando a criança se mostra relutante em buscar ajuda de um psicólogo, abordar o assunto com calma, empatia e explicar a importância do suporte profissional de forma simples e afetuosa é essencial. Validar os sentimentos da criança, ouvir suas preocupações e demonstrar apoio em todo o processo são maneiras de encorajá-la a aceitar a ideia de consultar um especialista em saúde mental.
Quando seu filho não está se sentindo à vontade com a ideia de ir ao psicólogo, é importante dar a ele espaço e tempo para processar essa experiência. Se a resistência persistir, é recomendável discutir estratégias específicas com o profissional para ajudar a criança a se sentir mais confortável durante as consultas. É essencial abordar a situação com gentileza e paciência, pois isso pode fazer uma grande diferença na aceitação e conforto da criança em relação ao acompanhamento psicológico.
Fontes citadas para embasar essas recomendações incluem a Associação Americana de Psicologia, o Journal of Child Care and Education Policy, bem como a Scielo.
Jornalista especialista em gestão social e saúde com mestrado na UFPR.