Conheça a Otite: Sintomas, Tipos e Cuidados
Aquela dor incômoda, a sensação de ouvido tampado e, muitas vezes, a diminuição da audição são alguns dos sintomas de otite. Para lidar com essa condição de forma eficaz, é importante entender que existem diferentes tipos, cada um com suas características e necessidades específicas de cuidados.
O que é otite?
Otite é o termo usado para se referir à inflamação ou infecção de uma ou mais partes do ouvido, podendo ser classificada em otite externa e média. Essa condição médica pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e alergias, trazendo diversos desconfortos no dia a dia. Por isso, é importante conhecer os sinais que o corpo envia e buscar orientação médica quando necessário.
Como identificar a otite externa
Também conhecida como “otite do nadador,” esse é um tipo comum de inflamação no canal auditivo externo (na pele da orelha externa). Geralmente, é causada pela exposição prolongada à água, que pode levar ao crescimento de bactérias ou fungos no ouvido. Entre os sinais e sintomas da otite externa, estão:
- Dor intensa no ouvido, especialmente ao tocar na região afetada.
- Sensibilidade ao puxar a orelha.
- Coceira dentro do ouvido.
- Possível secreção amarelada ou esverdeada.
Ao sentir um ou mais desses desconfortos, procure um clínico geral. Após avaliação, o médico passará as orientações (ou te encaminhará para outra especialidade, se necessário). O tratamento geralmente inclui uma limpeza cuidadosa da área afetada para o uso posterior de medicamentos, aplicados em gotas diretamente na região, durante cerca de 7 dias. Nos primeiros dias, o médico também pode prescrever analgésicos e anti-inflamatórios orais para aliviar os sintomas até que o efeito das gotas comece a surtir efeito.
Como identificar a otite média?
A otite média é uma infecção no ouvido médio (atrás do tímpano) que, apesar de ser comum em crianças, pode ocorrer em qualquer idade. Esse tipo de otite pode ser classificado em três diferentes quadros.
Otite Média Aguda (OMA): De acordo com um artigo de 2018, a OMA é a infecção bacteriana de ouvido pediátrica mais comum, afetando até 75% das crianças com menos de 5 anos. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) explica que a condição é mais frequente em crianças devido à anatomia peculiar de seus ouvidos, que facilita a entrada de secreções na orelha média, dificultando a ventilação adequada e levando a infecções. A imaturidade imunológica das crianças também contribui, já que o sistema de defesa delas ainda não está totalmente preparado para combater agentes infecciosos.
Os sinais e sintomas da OMA incluem:
- Dor de ouvido.
- Irritabilidade.
- Agitação noturna.
- Diminuição auditiva.
- Dor abdominal.
- Vômitos.
- Diarreia.
- Febre.
- Diminuição na ingestão de líquidos e alimentos.
- Sonolência.
A otite média aguda pode ou não apresentar secreção na orelha. O tratamento da OMA é baseado na observação cuidadosa dos sintomas e na resposta do corpo da criança. Inicialmente, podem ser prescritos medicamentos para dor e febre por 48 horas. Se os sintomas persistirem, recomenda-se retornar ao médico para uma nova avaliação, onde pode ser indicado o uso de antimicrobianos. Alguns médicos podem já prescrever o antimicrobiano e recomendar que o tratamento seja iniciado apenas se os sintomas persistirem após dois dias.
Otite Média Aguda Recorrente (Omar): Também conhecida como otite média aguda de repetição, essa condição é caracterizada pela ocorrência frequente de infecções no ouvido médio quando:
- Há três ou mais episódios de infecção em um período de seis meses.
- Houve quatro ou mais episódios em um ano, com pelo menos um deles nos últimos seis meses.
Cada episódio deve ser uma infecção nova e distinta, com sinais claros de melhora entre eles. É importante que todas as ocorrências sejam documentadas por um profissional de saúde para confirmar o diagnóstico.
Otite Média com Efusão (OME): Também conhecida como otite média secretora (OMS), a OME é uma condição na qual há acúmulo de líquido na orelha média, causando uma pressão desconfortável no ouvido. Esse líquido, geralmente seroso ou mucóide, pode se acumular mesmo sem sinais óbvios de infecção aguda, como febre ou dor intensa. Pode haver uma perda leve ou moderada da audição, impactando atividades diárias, como assistir TV ou acompanhar aulas. A OME pode ser temporária ou crônica, com alguns casos se resolvendo espontaneamente e outros necessitando de tratamento médico.
Cuidados e prevenção
Evite o uso de hastes flexíveis: Manter a higiene do ouvido é fundamental, mas deve ser feita com cautela para não danificar o canal auditivo. Evite usar hastes flexíveis, optando por limpar a orelha com um cantinho da toalha ou algodão molhado.
Proteja os ouvidos ao nadar: Ao nadar, use protetores auriculares específicos, como tampões de silicone, para evitar a entrada de água.
Mantenha as vacinações em dia: Certifique-se de que a carteira de vacinação está atualizada, especialmente para crianças, incluindo vacinas contra pneumococos e gripe.
Não deixe a criança dormir mamando: Evite que o bebê adormeça enquanto mama, para não facilitar o escoamento de líquido para o ouvido médio. Alimente o bebê antes de dormir e certifique-se de que ele esteja acordado ao final da alimentação.
Além dessas medidas, esteja atento à saúde geral, pois condições como alergias e resfriados podem influenciar a ocorrência de otites.
Fontes
- National Library of Medicine
- Sociedade Brasileira de Pediatria – Otite externa ou otite do nadador
- Sociedade Brasileira de Pediatria – Otite Média
- PubMed
- Sociedade de Pediatria de São Paulo
- Scielo
Jornalista especialista em gestão social e saúde com mestrado na UFPR.